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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Aposentadoria com qualidade de vida exige planejar desde cedo

O que é melhor, poupar sozinho ou em um grupo no qual os investimentos são administrados de forma bastante profissional e rentável? Os planos de previdência complementar, também conhecidos como fundos de pensão, são uma opção vantajosa e eficiente para quem deseja obter uma renda superior ao benefício oferecido pelo INSS e garantir qualidade de vida na aposentadoria.

Há dois tipos de previdência privada: de plano aberto e fechado. Os planos de previdência abertos, PGBL ou VGBL, são os oferecidos pelos bancos e seguradoras. O PGBL é o mais indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. O VGBL atende melhor os autônomos e quem usam a declaração simplificada.

Se a empresa na qual o trabalhador estiver empregado oferecer um plano de previdência complementar fechado, com certeza será vantajoso aceitá-lo para aproveitar a contribuição patronal. Se o colaborador investir mensalmente R$ 200 em seu plano de previdência, e a empresa empregadora contribuir com o mesmo valor o total investido no mês será de R$ 400. Pelo fato dos planos fechados serem administrados por instituições sem fins lucrativos, os custos de manutenção são mais baixos. As taxas de carregamento e de administração refletem as despesas administrativas da instituição.

Na Fundação CESP, por exemplo, os profissionais mantêm contribuição média de R$ 250 mensais e as empresas complementam com mais R$ 250. Os aposentados da entidade recebem o benefício médio de R$ 4 mil. Se compararmos à aposentadoria do INSS, o trabalhador com salário médio de R$ 4 mil reais contribuirá mensalmente com aproximadamente de R$ 406 para contar com o benefício médio de R$ 2.300 por mês. Na prática, é essa soma que vai permitir ao trabalhador ter qualidade de vida na aposentadoria.

Em forte crescimento no mercado, a previdência privada permite iniciar a cultura de poupar a longo prazo, por 20 anos ou mais, uma decisão que requer planejamento, pesquisa sobre a política de investimento e conhecimento das taxas de administração e carregamento cobradas pelos bancos e seguradoras. E isso não pode ser resolvido apressadamente numa fila de banco ou na boca do caixa.

O diretor de Previdência da Fundação CESP, maior fundo de pensão privado do País, Euzébio Bomfim, explica que essas taxas cobrem as despesas administrativas da instituição administradora do plano de previdência. "São as despesas da gestão dos benefícios: cobrança das contribuições, controle dos valores pagos, emissão de extratos, avaliações atuariais obrigatórias, contabilização, auditorias, fiscalização etc., ou ainda despesas com a administração dos investimentos. Nos planos administrados pelas entidades lucrativas, como bancos, por exemplo, depois de cobrir as despesas administrativas a taxa irá rentabilizar o capital do acionista", diz Bomfim.

Quem paga as taxas? O participante sozinho em plano contratado com entidades abertas/seguradoras; a empresa sozinha no plano em que patrocina; ou por ambos, também em plano patrocinado por empregador.

A taxa de carregamento é incidente sobre as contribuições pagas e no mercado gira em torno de 3% a 5%. Assim, caso um participante decida contribuir com R$ 100/mês e o carregamento cobrado for de 5%, então o valor que será descontado a título de carregamento é de R$ 5 e os R$ 95 comporá a reserva que irá garantir o pagamento do benefício futuro.

Já a taxa de administração incide sobre a reserva individual formada pelas contribuições, deduzidas do carregamento e acrescida do ganhos com as aplicações. Em geral as taxa cobradas vão de 1,5% ao ano até 3% dependendo da política de investimentos do plano - só renda fixa ou composto (renda fixa mais ações). Em geral, entidades sem fins lucrativos, como os fundos de pensão, não cobram a taxa de administração, porém a instituição que administra seus investimentos efetua essa cobrança - em geral, bancos. Nesse caso, o valor da taxa cobrada é bem menor do que o pago pelo contribuinte individual num plano PGBL ou VGBL.

"Estudos que realizamos mostram que, no longo prazo, 1% de taxa de administração equivale a 12% de taxa de carregamento. Isso quer dizer que, se a instituição administradora cobrar 3% de carregamento e 1% de administração, para cada R$ 100/mês de contribuição, apenas R$ 85 estariam sendo destinados à formação da reserva que garantirá o benefício futuro. Se a taxa for de 1,5%, apenas R$ 79 vão compor a reserva do plano", alerta Euzébio Bomfim, da Funcesp.

Futuro - O ideal é aderir a um plano de previdência o mais cedo possível. Os profissionais jovens, com mais tempo para juntar patrimônio, têm a chance de contribuir com parcelas menores e ir aumentando sua contribuição ao longo dos anos. Há também a possibilidade de fazer contribuições extras e voluntárias quando o participante decide aplicar o dinheiro recebido pelas férias anuais, indenizações trabalhistas, herança ou poupança pessoal, para aumentar seu capital previdenciário e, consequentemente, seus rendimentos. É preciso nesse caso estar atento ao valor cobrado a título de carregamento, que devem ser negociados com a entidade e podem ser menor que aqueles descontados das contribuições mensais.

A publicitária Gabrielle Massarão (foto), de 33 anos, aderiu a um plano de previdência complementar há dois anos para não depender financeiramente de seus filhos no futuro, como seus próprios pais dependem dela. "Eu e meu marido estamos planejando uma aposentadoria que nos permita viajar muito, o que adoramos, e curtir nossos netos com tranquilidade."

Para orientar os planos de vida a longo prazo dos participantes de seu fundo de pensão, a Fundação CESP criou o programa Vida Investe (www.vidainveste.com.br), dividido em três módulos: finanças pessoais, previdência e planejamento da aposentadoria. O Vida Investe oferece consultoria presencial com profissionais das áreas de Investimentos e Previdência da Funcesp, cursos de finanças e previdência e palestras de sensibilização sobre orçamento doméstico, planejamento pessoal, mercado financeiro e empreendedorismo - parece simples, mas o programa responde a uma insuficiência crônica de formação do brasileiro: educação financeira.

O portal Vida Investe traz notícias, artigos, vídeos com dicas de planejamento e investimento, práticas planilhas de controle orçamentário para download e um canal de consultoria online.

Portabilidade - Os fundos de previdência também oferecem portabilidade. É possível transferir o patrimônio acumulado de um fundo de previdência para outro sem a cobrança de Imposto de Renda. As regras de vários fundos de empresas (patrocinadoras) permitem que o participante continue investindo na previdência quando sair da companhia ou portar para outro plano.

O Brasil possui 369 fundos que administram 1.113 planos de previdência complementar, com ativos totais que ultrapassavam os 500 bilhões de reais, o equivalente a 17% do PIB - e o ideal é que fosse muito mais: em economias mais maduras e desenvolvidas, esse percentual chega a 130% na Holanda; 67,8% nos Estados Unidos; e 62,9% no Canadá. Em economias similiares à brasileira a porcentagem é muito maior: Austrália (82,3%) e Chile (65%).

FUNDAÇÃO CESP - A entidade é o maior fundo de pensão privado do país, de acordo com dados da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Com recursos para investimento da ordem de R$ 18,5 bilhões, ocupa a quarta posição no ranking geral do setor por ativos de investimento. Atualmente tem como patrocinadoras as seguintes empresas: Grupo AES Brasil (AES Tietê S.A., AES Eletropaulo e AES Eletropaulo Telecom); Grupo CPFL Energia S.A. (CPFL Paulista, CPFL Brasil, CPFL Piratininga e CPFL Geração); Companhia Energética de São Paulo (CESP); ISA CTEEP; Elektro; EMAE; Bandeirante e Duke Energy International - Geração Paranapanema. (Jornal da Ilha / Ilha Solteira.net)

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