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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Objetivo de longo prazo requer ajuste periódico


Aos vinte e poucos anos de idade, imaginar como se pretende estar aos 60 anos e, mais que isso, decidir como fará e quanto economizará para atingir a meta proposta não é uma tarefa simples. Principalmente, se implicar abrir mão de parte da remuneração no momento presente.

Mas não basta superar a barreira do primeiro passo, com a abertura de um plano de previdência e o começo de acúmulo de reservas para o futuro. Serão necessárias reavaliações periódicas até a linha da chegada, considerando questões como a idade, momento de vida pessoal, mudanças profissionais, para não desperdiçar o esforço financeiro. Consultores dizem que, em um plano de longo prazo, é preciso realizar análises pelo menos de cinco em cinco anos.

O primeiro passo, segundo Carolina Wanderley, consultora sênior de previdência privada da Mercer, é conseguir organizar as próprias contas e criar o hábito de adequar as despesas a um valor líquido que já descontaria uma parcela para a previdência. "Quanto mais cedo começar, mais facilmente chegará a um futuro mais tranquilo", afirma.

Nesta fase, é possível arriscar mais e investir em planos de previdência privada com um perfil mais agressivo. O limite hoje é de 49% do fundo investido em renda variável. "Se houver fortes perdas por conta de quedas na Bolsa, por exemplo, haverá tempo para recuperação de valores ao longo da vida", diz Maurício Araujo, diretor de previdência e serviços autoriais da Aon Hewitt.

"O recomendável é que, ao longo dos anos, seja reduzida a participação em ativos variáveis para diminuir os riscos: a cinco anos da aposentadoria, o melhor é que a renda variável responda por menos de 10% dos investimentos do fundo", afirma.

As opções de modalidades são os PGBLs (Plano Gerador de Benefícios Livres) e os VGBLs (Vida Geradora de Benefício Livre). Como não há possibilidade de mudar o plano de uma modalidade para a outra, "se já começou o plano na modalidade PGBL e quiser aumentar os valores das contribuições, visando um maior benefício no futuro - como existe um limite para fazer as deduções da base do IR (12% da renda bruta) - é possível abrir um outro plano na modalidade VGBL", sugere Maurício Araujo. O importante é conhecer as modalidades, saber os seus benefícios e limites, analisá-los e aproveitá-los, seja na primeira escolha ou nos momentos de reavaliações.

Até porque, como foi constatado em pesquisa realizada pela Mercer, a partir dos 40 anos há uma retomada nos volumes de contribuições realizadas pelos participantes. Na faixa dos 50 a 59 anos, os valores continuam a subir, assim como na década seguinte, a partir dos 60 anos. "Há um foco maior na contribuição, depois dos 45 anos, em razão do maior equilíbrio com os gastos familiares, redução de endividamento e resultado do momento do crescimento profissional, e preocupação com a gestão de reservas", afirma a diretora da Mercer. Daí a recomendação de fazer ao menos a cada cinco anos, uma reavaliação geral. (Andréa Háfez -Valor Online)



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