quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Taxas pesam e diferenciam retornos em PGBLs e VGBLs
Na era do juro baixo, comparar os custos das alternativas de investimento passou a ser imprescindível. Levantamento realizado pelas consultorias NetQuant e Towers Watson com mais de 600 fundos de previdência aberta, que recebem aplicações de planos PGBL e VGBL, mostra que o investidor pode estar deixando na mesa não só parte importante do retorno com a taxa de administração mas abrindo mão de uma gestão mais eficiente.
No período de 12 meses até outubro, a diferença na rentabilidade média dos fundos de previdência privada de uma mesma modalidade, porém com taxas de administração diferentes, chega a superar 5 pontos percentuais, aponta o estudo. Este é o caso dos multimercados sem renda variável, que operam no segmento de juros pré e pós-fixado, além de inflação.
No grupo dos fundos com taxa de administração de até 1,5% ao ano, o retorno médio foi de 12,18%. Já no universo dos multimercados sem ações com taxa igual ou superior a 3%, a rentabilidade média caiu para 6,95% - uma diferença de 5,23 pontos.
Na comparação com o CDI, que em 12 meses até outubro variou 9,14%, o único grupo de multimercados sem ações que descolou do referencial foi o das taxas menores, alerta o sócio da NetQuant, Marcelo Nazareth. Ele faz as contas: se descontado do CDI a taxa de administração de 1,5%, a variação líquida seria de 9%, o que mostra um ganho adicional dessas carteiras (que renderam 12,18%, na média) em relação ao referencial. Além de mais baratos, destaca Nazareth, esses fundos partiram para uma alocação fora do referencial.
Já estava na hora de os gestores de previdência buscarem outros índices de referência e títulos mais longos, ainda que tenham sido pressionados para isso, afirma o consultor. Em setembro, o governo confirmou, em reportagem no Valor, a existência de discussões para alongamento de prazos e redução da fatia de ativos atrelados ao CDI - que hoje chega a 60% - nos produtos de previdência aberta.
Os dados sugerem que fundos com taxas menores tendem a ter uma gestão um pouco mais sofisticada, uma vez que são voltados para um público investidor de mais alta renda. O mesmo não se pode dizer dos multimercados sem ações com taxa igual ou superior a 3%. Se descontados 3% de administração do CDI, a variação líquida do indicador cairia para 8,8% em 12 meses, acima do rendimento de 6,95% oferecido por esse grupo de fundos, o que mostra uma gestão conservadora.
Na modalidade de renda fixa, a diferença de retorno entre os fundos dos vários grupos de taxas de administração é menor. As carteiras com cobrança de até 1,5% renderam 9,87% em 12 meses até outubro. Nos fundos mais caros, com taxa igual ou superior a 3%, o ganho ficou em 7,93%, cerca de 1,94 ponto percentual abaixo do primeiro grupo. Uma das explicações para performances mais próximas pode estar na menor flexibilidade de alocação das carteiras de renda fixa, sendo o CDI o grande referencial - a taxa de administração, nesse caso, é o que dita o desempenho pior ou melhor. Na comparação com o CDI, só os fundos de renda fixa com as menores taxas superam o indicador.
Para o investidor, vale suar a camisa em busca de alternativas mais baratas. Levantamento realizada com as dez maiores seguradoras para a edição de agosto da revista "ValorInveste" mostra opções na renda fixa de taxas de 1,5% para contribuições mínimas de R$ 100. Para fundos compostos, há opções de taxa de 2,5% para contribuições a partir de R$ 50. Outra saída, segundo Nazareth, é concentrar aplicações em uma única instituição. (Valor Online)
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