Projeto prevê recálculo
do valor usando contribuições feitas ao INSS depois da
aposentadoria
Medida segue para análise da a Câmara; lei
orçamentária estima custo de R$ 49,1 bi se proposta passar a
valer
Projeto aprovado ontem pelo Senado permite que
aposentados ampliem os valores dos seus benefícios se continuarem
trabalhando.
A proposta determina que o INSS recalcule o
benefício pago com base em contribuições do trabalhador feitas após a
aposentadoria, o que pode aumentar o valor devido ao fator
previdenciário.
Para isso, ele deverá renunciar ao benefício atual e
pedir outra aposentadoria.
O projeto foi aprovado
pela Comissão de Assuntos Sociais da Casa. Se não houver recurso para ir a
plenário, segue diretamente para análise da Câmara dos
Deputados.
O texto determina que a chamada "desaposentadoria"
entre em vigor no ano seguinte à sua aprovação.
Os trabalhadores que
continuam a trabalhar com registro após terem se aposentado são obrigados a
contribuir à Previdência. Essas contribuições, porém, não são levadas em conta
pelo INSS, no futuro, para rever o benefício.
Um segurado que se
aposentou em 2010 aos 35 anos de trabalho e 60 de idade, que ainda trabalha e
cujo benefício hoje é de R$ 1.015, poderia aumentar em cerca de R$ 200 o valor
se o projeto entrar em vigor --e se seu salário foi reajustado pela
inflação.
A proposta do Senado vale para trabalhadores que se
aposentarem por tempo de contribuição, por idade ou nos casos de aposentadoria
especial --válida para quem trabalhou em condições prejudiciais à saúde ou à
integridade física.
O texto ainda impede que o beneficiado tenha que
devolver os valores recebidos na "primeira" aposentadoria.
Autor original
do projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que a medida tem o objetivo de
burlar o fator previdenciário fixado pelo governo federal no ano de 1999, que
reduz o benefício de quem se aposenta cedo.
"O fator, nunca mais. O
governo tem que entender que estamos fazendo justiça com quem teve perdas",
afirmou.
Autor do relatório aprovado na comissão, o senador
Paulo Davim (PV-RN) disse que a proposta vai desafogar os processos judiciais de
trabalhadores que pedem a desaposentação.
"O segurado que hoje
pretenda renunciar sua aposentadoria para obtê-la de novo, em valor mais alto,
tem que recorrer à Justiça", disse.
Dados do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) mostram que 70 mil aposentados reivindicam o direito
nos tribunais. Além deles, 500 mil aposentados continuam a trabalhar e,
consequentemente, a contribuir para a Previdência.
A Lei de
Diretrizes Orçamentárias de 2013 estima gasto de R$ 49,1 bilhões caso a
desaposentação seja implementada.
O Supremo Tribunal
Federal também discute o tema e deve decidir se ela é
constitucional.
Entenda o projeto da
desaposentação
COMO É HOJE
O segurado pede a
aposentadoria; se continuar trabalhando, as novas contribuições ao INSS não são
consideradas, e seu benefício não muda
COMO PODE
FICAR
O aposentado que continuar trabalhando poderá pedir
um novo benefício, que conte as novas contribuições, aumentando o valor recebido
do INSS (GABRIELA GUERREIRO - Folha de S.Paulo)
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