A criação dos “Planos de Acumulação Estruturada –
Saúde” (PrevSaúde), a serem administrados pelos fundos de pensão, é uma ideia
que volta a caminhar. O Grupo de Estudos constituído para desenhar o projeto e
levá-lo ao CNPC deverá ser reativado pelas autoridades, conforme decisão tomada
em reunião realizada esta semana na Previc. Lembra a atuária Cláudia
Campestrini, do escritório de advocacia JCMB e uma das autoras da proposta, que
“os EUA já adotaram esse modelo de capitalização no lugar daquele de repartição
simples para financiar a saúde, o Health Saving Account, e vários países
europeus estão indo na mesma direção, e no Brasil já senti uma recepção
favorável tanto na ANS quanto na SPPC”.
Na reunião com a Previc,
na última semana, o Vice-presidente da Abrapp, José Ribeiro Pena Neto, destacou
que a proposta de regulamentar a estruturação e os critérios de
operacionalização do PrevSaúde interessa ao sistema de fundos de pensão por
poder se constituír em um produto interessante para ampliar as adesões de
participantes às entidades. O novo plano seria voltado exclusivamente ao
financiamento, total ou parcial, de custos e ou contribuições para a
assistência à saúde do participante e de seus dependentes, estes últimos na
forma admitida pelo Regulamento do Imposto de Renda.
Andrea
Nicoletti Jaguaribe, Gerente de Saúde da Fundação Real Grandeza e Coordenadora
da Comissão Técnica Nacional de Planos de Autogestão em Saúde da Abrapp, coloca
a concretização do PrevSaúde como uma das prioridades para 2013. “Vamos
trabalhar em parceria com a CTN de Fomento na elaboração desse novo produto”. A
exemplo de José Ribeiro, Andrea também situa o PrevSaúde no rol de novos
atrativos capazes de trazer maior massa de participantes.
Atrativo sim,
ainda que, explica Cláudia, caiba aos fundos de pensão, pelo projeto pensado até
aqui, unicamente administrar os planos do PrevSaúde, uma vez que um e outro
terão total independência entre si, inclusive com CNPJs diferentes. Enfim,
planos de previdência e de saúde não vão se misturar de forma alguma, claro, até
porque tal distância é necessária para que os participantes possam deduzir
integralmente suas contribuições para o segundo, como fazem hoje com os
pagamentos efetuados para os seus planos de saúde.
Ao chegar o
momento da aposentadoria, o participante terá acumulado um valor que lhe permita
pagar daí para a frente o seu plano de saúde. O desenho final do projeto ainda
será discutido no Grupo de Estudo, mas a ideia original é que as reservas
reunidas até ali não saiam dos fundos de pensão, que continuarão administrando
os valores e repassando para as seguradoras apenas o montante da contraprestação
mensal.
“A maior contribuição dos fundos de pensão nesse
esforço será entrar com a sua expertise de grandes conhecedores do regime de
capitalização, com uma gestão transparente e na qual os participantes estão
representados”, conclui Cláudia. (Diário dos Fundos de
Pensão)
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